"Tudo começou em 1973, quando desenvolvemos uma campanha publicitária inovadora para comunicar que as pilhas alcalinas da Duracell duravam muito mais do que as pilhas de zinco-carbono baratas e comuns. Criamos um coelhinho rosa e simpático que, alimentado por pilhas Duracell, conseguia superar todos os outros em uma série de desafios pitorescos." (Fonte: Duracell)
Quem está se aproximando da casa dos 40 (assim como eu), certamente ainda guarda lembranças da campanha publicitária citada acima. Aliás, às vezes me pergunto: o que vem acontecendo com os publicitários atualmente? Antigamente, talvez pela escassez de estímulos aos quais éramos submetidos, não era raro campanhas como essa ficarem durante anos na memória das pessoas. Atualmente, vejo campanhas viralizarem no mundo inteiro e dois ou três meses depois ninguém mais sequer lembrar.
Mas não estamos aqui para falar de publicidade e sim eletricidade. Carros elétricos são, incontestavelmente, mais eficiente que os à combustão. Recentemente, a revista Quatro Rodas apresentou um interessante comparativo. Utilizando como exemplo o modelo elétrico mais vendido do Brasil atualmente, o BYD Dolphin, que tem 291 km de autonomia com sua bateria 100% carregada. Recarga que, caso fosse feita em casa, custaria em torno de R$45. Como parâmetro, utilizou-se um Renault Kwid, o carro à combustão mais eficiente do país na atualidade, que, para rodar a mesma distância, gastaria R$106, considerando um consumo misto entre cidade e estrada, e com gasolina a um valor de R$5,61/litro.
Apesar da eficiência, veículos elétricos ainda encontram alguns empecilhos, especialmente quando se trata de autonomia e tempo de recarga. O BYD Dolphin, por exemplo, leva 7h para carregar a bateria de 30 a 80% em um carregador portátil de 3,3 kW. Esse tempo cai para 3,5h com um wallbox com potência de 6,6 kW, que é uma redução considerável, mas ainda uma eternidade se comparado ao abastecimento de um veículo convencional.
Mas esse empecilhos podem estar com seus dias contados. As pilhas acima citadas são conhecidas por prometerem durar até 10 vezes mais em comparação com as pilhas comuns de zinco-carbono. E se tivéssemos, então, uma espécie de Duracell para os nossos veículos? Foi pensando nisso que a Startup chinesa Beijing Betavolt surpreendeu a todos no setor automotivo no final de janeiro, ao apresentar sua nova bateria nuclear automotiva, denominada BV100, que é capaz de fornecer 10 vezes mais energia e alcançar até (pasmem!) 50 anos de duração, sem necessidade de recarga nem manutenção.
Imagine a possibilidade de, em um futuro não tão distante, trocar de carro e levar consigo a sua bateria para colocá-la no carro novo, assim como quem compra um brinquedo novo e usa as pilhas de um brinquedo antigo que já não funciona mais! Se os atuais EV's ainda são uma grande zebra em função das suas baterias, o coelhinho nuclear pode vir a ser o pulo do gato...
Gostaria de adicionar que no Brasil temos mais vocação para biocombustíveis do que para veículos elétricos, o que faz das versões híbridas (elétricos + Biocombustível) a melhor opção para nosso contexto atual. (Ainda não temos suficientes pontos de recarga elétrica, os carros elétricos ainda são caros para o bolso do brasileiro, só para citar dois motivos, entre tantos outros).
Duas preocupações nessa bateria: 1. o fato de ser nuclear! Ela é segura? Não estamos substituindo a energia de fonte nuclear por outras mais LIMPAS? 2. A China está sempre dez passos à frente quando se trata de Ciência, Pesquisa e Inovação, principalmente em energia .....isso é ótimo pra China, mas não será ótimo pro resto do Mundo, se ela monopolizar essas tecnologias e as vender bem caro, tornando-se uma "imperialista tecnológica".