Dia destes, enquanto navegava pelo LinkedIn, me deparei com uma postagem de uma Designer de Produto, especialista em Neurociência, chamada Carolina Cruz Perrone. Na postagem, ilustrada pela imagem a seguir, ela aborda de forma extremamente instigante esse que é um debate com o qual sempre me deparo quando o assunto é tecnologia. Ela questiona:
Em tempos de demonização do digital, fica a reflexão. A tecnologia molda o comportamento, ou o comportamento molda a tecnologia?
Tal questionamento me remete a um artigo que escrevi há algum tempo sobre Haters, termo muito utilizado nos meios virtuais, ou seja, internet e redes sociais, para definir pessoas que costumam tecer duras críticas a pessoas, instituições ou mesmo situações. No entanto, não foi na Internet que esse tipo de discurso de ódio surgiu. Ela é apenas a ferramenta ou meio utilizado atualmente para a disseminação de uma prática que acompanha a humanidade desde as mais priscas eras!
Quem nunca ouviu falar naquela máxima da caneta que pode ser utilizada para furar os olhos do seu inimigo ou para assinar um tratado de paz com o mesmo? Ora, a ferramenta é a mesma. O que difere é o uso que se faz dela. Agora, culpar a caneta pelas intermináveis guerras que a humanidade tem travado ao longo de sua existência me parece, no mínimo, insensato…
Seria sensato afirmar que os controles remotos nos deixaram mais preguiçosos? Que a Internet nos fez mais ansiosos? Ou ainda, que os veículos automotores nos tornaram mais sedentários? Isso, para mim, soa como afirmar que se a população mundial está com sobrepeso é por culpa das balanças!
Na já tão habitual “Terceirização da Culpa” humana, a bola da vez é a tecnologia. Parece que nesse divã de intermináveis negações e conflitos internos, a humanidade precisa começar a aceitar não só suas culpas, mas suas preguiças, suas ansiedades, seus sedentarismos e sobrepesos para, só então, quebrado esse espelho que reflete essa distorcida imagem narcisista de nós mesmos, começarmos a (des)construção do ser humano. Não aquele que queremos, mas aquele que de fato precisamos ser.
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